Dia Mundial Sem Tabaco levanta campanha contra o uso de cigarros eletrônicos

Cigarro eletrônico ou vape é mais perigoso que o cigarro comum. Foto: Master1305/Freepik
Campanha lançada pelo Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer visa proteger crianças e adolescentes contra a interferência da indústria do tabaco
Por Elisangela Alves*
Celebrado nesta sexta-feira (31), o Dia Mundial Sem Tabaco chega neste ano com as crianças no foco. O tema da campanha em 2024 é a “Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco”. O objetivo é alertar as novas gerações sobre os perigos do uso do tabaco e sobre as táticas da indústria para atrair esse público e ampliar o mercado consumidor.
“Ao escolher esse tema, a OMS nos lembra da importância de desenvolver estratégias para proteger crianças e adolescentes da influência da indústria do tabaco, pois essa indústria precisa substituir os fumantes que param de fumar ou que morrem por doenças associadas ao tabaco”, destaca a coordenadora do Cetab/Ensp/Fiocruz, Silvana Rubano Turci.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), novos produtos, como os cigarros eletrônicos, e informações enganosas da indústria do tabaco são uma ameaça, levando a uma iniciação ao tabagismo cada vez mais precoce. Além disso, crianças e adolescentes que usam cigarros eletrônicos têm pelo menos duas vezes mais probabilidade de fumar cigarros mais tarde na vida.
“Os cigarros eletrônicos contam com essências que enganam o consumidor achando que está fumando um aparelho eletrônico que não faz mal, quando na verdade tem se tornado mais perigoso do que o cigarro comum e mais viciante, aliciando jovens ao uso”, pontua a pneumologista Jessica Polese.
Para ajudar na luta, a Organização Pan-Americana de Saúde criou uma plataforma para que jovens de todo o mundo exijam que a indústria do tabaco cesse seus esforços de marketing direcionados a eles. Foi criada uma campanha com jovens apelando aos governos para que adotem políticas que os protejam dessas práticas manipuladoras.
Basta acessar o site https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-sem-tabaco-2024 e lá existem todas as informações e vídeos com as manifestações”, conta Polese.
Álcool também na mira 
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), afirma que o tabaco mata cerca de 8 milhões de pessoas por ano, sendo 1 milhão só nas Américas. Reconhecido pela Opas pelo combate à Indústria do tabaco, o Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) segue na missão de combater as estratégias das empresas de cigarro desde sua criação em 2012. Agora, o Centro também terá foco no álcool e nos jovens, que são novos alvos.
“Em 2023, o Cetab aceitou o desafio e desenvolveu uma pesquisa sobre o Comércio eletrônico de bebidas alcoólicas em São Paulo: disponibilidade, marketing e desafios regulatórios. Essa pesquisa revelou a importância de analisar o acesso e o consumo de bebidas alcoólicas devido aos inúmeros impactos na saúde pública e na sociedade”, inicia Silvana. “Compreender os padrões de consumo e suas consequências ajuda na elaboração de políticas eficazes para a prevenção e tratamento do alcoolismo, além de mitigar danos associados, como acidentes de trânsito e violência doméstica. Essas pesquisas fornecem dados essenciais para a criação de campanhas educativas e intervenções mais direcionadas, identificando grupos de risco e vulnerabilidades específicas, promovendo estratégias de apoio e reabilitação mais eficientes” completa a coordenadora do Cetab. Segundo Silvama, o Cetab segue estreitando laços com o Ministério da Saúde para desenvolver novos estudos sobre o acesso e consumo de álcool, especialmente entre os jovens. “Também estamos observando atentamente como alguns países têm estabelecido suas políticas de controle de bebidas alcoólicas e consumo de derivados do tabaco”, disse.
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